Quando em 2016 a artista retorna a São Paulo percebe que, diferente do Rio de Janeiro, a cidade se mostra com uma natureza nostálgica em um eterno conflito com a arquitetura. Notou-se contaminada pelo seu entorno ao se ver sensível à paisagem formada por construções concretadas e cores diversas coexistindo no mesmo ambiente. Seu ateliê era no 12º andar de um edifício, permitindo observar a natureza tímida em meio às geometrias da cidade.
A série camadas explora cores e formas contrastantes presentes no cotidiano que, quando colocadas juntas, se percebem harmônicas. A padronagem das janelas dos prédios colocadas a partir de grids nas pinturas se encontram em conjunto a cores e elementos da natureza, formando camadas. Quando sobrepostas, as camadas dão uma sensação de ordem, retirando qualquer espontaneidade de sua formação. Nostálgica de sua experiência carioca, cheia de curvas e dança, a artista expressa nessas pinturas emoções adquiridas a partir das curvas do Rio de Janeiro junto da geometria paulista, fazendo movimentações estáticas dentro dos grids. As pinturas dessa série são ao mesmo tempo lógicas e fluídas, criando contrapontos com as dinâmicas vividas em sociedade.