A série Jardim Botânico foi o despertar mais uma vez da artista para a pintura: ao retornar ao Brasil, incialmente a artista dedicou-se à arquitetura, estando distante das práticas da pintura. No entanto, ao se deparar com seu escritório ao lado do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, encontrou cores, padrões e texturas diferentes das de sua vivência anterior. Afastou-se de padrões monocromáticos para aproximar-se da movimentação e dança criada pelas plantas do jardim. Retornava ali diariamente com seu caderno de desenho e, após um tempo, viu-se faltando do trabalho para passar o dia pintando.
Essa série inicia sua pesquisa pela botânica em junção a elementos arquitetônicos, entendendo as plantas a partir de suas cores, movimentos e emoções. As pinturas possuem harmonias estéticas que ao espectador desapercebido a sensação é apenas de conforto, mas ao fazer uma pausa para análise, percebe elementos que demonstram a inquietação da natureza. Os destaques de tons de verde, roxo e azul acompanham a poética da artista no decorrer do tempo, iniciando nessas pinturas as noções de padronagem que viriam a ser mais exploradas nas séries futuras.